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Fragmentos Draconianos N8: Synch-up! Nós somos o (D)Lorem!

Tudo aquilo parecia ridículo. Uma das maiores empresas e agências musicais do mundo havia tido seu prédio completamente destruído por um incêndio e, pior que isso, da forma mais brutal possível: uma explosão que implodiu todo o local.

Fazia muitos anos que não tínhamos um ataque terrorista na Basileia e, pensar que aquilo tinha acontecido embaixo dos nossos narizes, com toda a tecnologia de rastreio possível, era, como eu disse, ridículo.

– Como pode? – ri, percebendo a música que começava a tocar na rádio.

Era de um grupo famoso. Aliás, um não; O grupo musical mais famoso do mundo na atualidade.

Chamado (D)Lorem, era composto por quatro garotas de vinte e poucos anos. Elas eram incríveis. Todos as adoravam quase como se fossem divindades, e se encantavam, não apenas com a beleza surreal e a voz hipnótica delas, mas com todo o conjunto da estética aplicada nas roupas e danças. Não havia um jovem adulto ou adolescente, fosse do gênero que fosse, que não conhecesse suas músicas. Mesmo eu, já mais velho, inspetor de polícia, apaixonado por jazz e blues, sabia cantar todas as suas músicas. Aquilo tudo graças à minha sobrinha que era uma fã apaixonada.

– Como pode... – suspirei estacionando o carro em frente ao departamento onde trabalhava, lotado de repórteres e emissoras de televisão do mundo todo; além de um mar de pessoas.

O que era mais ridículo do que um ataque terrorista na Basiléia, era já termos pegado os suspeitos e, mais que isso, parecendo uma piada, as quatro suspeitas de destruir o prédio da agência musical, chamada LRD, era o próprio grupo (D)Lorem. O qual, obviamente, era um dos grupos da agência em questão.

Com muito cuidado eu me esgueirei por aquela multidão que gritava e entrei no prédio do departamento de polícia.

– Elas já estão prontas? – perguntei ao policial da custódia, assim que cheguei à ante-sala de interrogatório.

– Sim, senhor. Elas estão as quatro lá dentro – ele respondeu.

Eu, com os arquivos que havia recebido logo que as prendemos em mãos, entrei na sala.

– Meu Deus... – murmurei para mim mesmo ao vê-las.

Quatro crianças. Quatro meninas que estavam no auge da carreira. Lindas e famosas. Com tudo o que todas as garotas e garotos mais sonhavam na vida. Elas estavam ali, como suspeitas de destruir um prédio inteiro, de onde os bombeiros ainda tiravam corpos. Aquilo não deveria ser verdade, mas trabalhando a tanto tempo naquele mundo, eu já havia aprendido a acreditar no impossível e no lado mais sombrio do ser humano.

– Bom dia... – disse, sentando-me em frente delas, colocando a pasta de arquivos na mesa.

As quatro estavam visivelmente assustadas e contidas, quase como se estivessem com vergonha.

Sinalizei para que o guarda da custódia removesse as algemas. Aquelas quatro crianças não me pareciam perigosas suficiente para estarem algemadas naquele momento. Já estavam presas e, mais que isso, pareciam estar em choque.

– Você é a Sera Bee – apontei para a loira de cabelos cortados nos ombros, todo picotado – Você é Nyala – apontei para a negra de longos cabelos crespos e volumosos – Você é a SeongJa – apontei para a asiática de cabelos pretos, lisos e compridos – E você... – apontei para a latina de cabelos negros e curtos até o pescoço – É a Puma. Acertei? – ri – Conheço todas vocês. Minha sobrinha... super fã.

Elas se olharam.

– Que, de fato... – abri os arquivos – São os nomes artísticos de... Sera Brown, Nyala Gyasi, Ahn Seong-Ja e Mariana Silva dos Santos.

Dos papeis eu tirei uma foto do prédio destruído, ainda em chamas, e joguei à sua frente. Queria ver sua reação.

– O que vocês podem me dizer disso? – inquiri.

Todas olharam e baixaram a cabeça. Estavam visivelmente nervosas. Porém, aquele nervosismo me mostrava mais do que os outros policiais tinham visto. Não parecia ser sobre culpa, ou medo de ir para a cadeia. Não... parecia mais sobre estar escondendo algo que não era diretamente ação delas. Estariam protegendo alguém? O verdadeiro culpado?

– Meninas... – eu me inclinei sobre a mesa em sua direção – Se vocês estão protegendo alguém... falem. O crime do qual estão sendo acusadas é o mais terrível que existe. Terrorismo... é pena de morte.

Havia anos que não usávamos a execução da pena de morte, pois não tínhamos mais ataques terroristas. Mas aquele caso havia chocado o mundo.

– Logo a polícia antiterrorismo estará aqui e... – eu suspirei fundo – Eles não vão ter piedade. Se tiverem algo para falar, precisa ser agora, enquanto ainda posso ajudar vocês. Por isso pergunto mais uma vez... estão protegendo alguém? Quem fez o ataque? – tentei convencê-las a falar.

Elas se olharam novamente.

– Nós... – resmungou Sera Bee.

– Não! – gritou a Puma.

– Não fomos nós... – disse Nyala.

As outras se espantaram com a iniciativa dela. Pelo visto era a última que esperavam dar nos dentes.

– Então quem foi? – perguntei, torcendo para tirar mais delas.

SeongJa pareceu ficar mais nervosa, arregalou os olhos e acenou com o queixo para trás de mim, dizendo:

– Foi ela...

Virei-me rapidamente e, antes de desmaiar com a pancada que tomei na cabeça, pude ver uma mulher alta, séria, de longos cabelos brancos e olhos azuis. E, segundos antes de perder completamente a consciência, pude ouvir:

– Vamos... vou levá-las até Brigit.

 

A Saga Draconiana – Fragmentos Draconianos

TAGS: Dragão, Dragões, Fantasia, Literatura Fantástica, Drakkar

A. G. Olyver

 


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